"Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota...”
(Cecília Meireles, O Romanceiro da Inconfidência, Romance LIII)
O trecho acima citado, da escritora Cecília Meireles(1907-1965) chama a atenção para o estranho poder das palavras.
Sem as palavras, não temos como expandir as nossas vivências, como nos comunicar, expressar nossos sentimentos e pensamentos.
Esse texto possui também o que podemos chamar de linguagem polissêmica, ou seja, atribuir infinitas significações e interpretações a um mesmo texto.
Este poema tem como contexto a Inconfidência Mineira, um dos movimentos pró Independência do Brasil, que agregou intelectuais, escritores da época, além de pessoas comuns (Leia mais sobre o Romanceiro da Independência aqui). Ao mesmo tempo, podemos atribuir a ele uma expressão exata do poder das palavras em nossos tratos com as outras pessoas.
As palavras atuam como uma das inúmeras pontes através das quais podemos nos conectar com o mundo exterior. Elas são muito mais que apenas sons. Através delas expomos a nossa percepção do que nos cerca, nossos pensamentos, estabelecemos e mantemos relações com nossos semelhantes.
O poder das palavras é inexplicável. Através delas pode-se fazer uma pessoa sorrir, receber e transmitir animo, podemos transforma o mundo a nossa volta...
As palavras também podem causar um grande dano.
"Palavras são como projetéis. Uma vez ditas, não se pode removê-las."
Palavras irrefletidas ou maldosas, sarcásticas ou humilhantes, sejam pronunciadas aos gritos ou aos sussurros ficam em nosso interior e doem mais do que um impacto físico, pois fica na memória e a dor causada por elas tornam-se permanentes, levando alguns a um estado de depressão ao ponto de exigir ajuda profissional.
Devemos expressar nossas opiniões e evitar palavras que trazem constrangimento as pessoas, mas nos ater áquelas que edificam.
Não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo. (Paulo Freire)
E você? Qual uso faz das palavras?
Fontes: Módulo Teoria Literária em Língua Inglesa e Língua Materna. Flávia Aninger de Barros Rocha. UAB/UNEB. Salvador. 2012
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